quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Fundamentos da Alfabetização - Eixo 2


Retomando a interdisciplina Fundamentos da Alfabetização do Eixo II, sobre letramento e alfabetização, penso que o letramento acontece desde o momento do nascimento, sendo um processo contínuo. Já na fase escolar, a criança que apresenta o comportamento de Bullying, com certeza, além de prejudicar seu processo de alfabetização, prejudica também aos demais alunos da classe.

Há aproximadamente 40 anos atrás, na 1ª série, acredito que fui vítima de Bullying em razão do meu nome (Fárida). Logo nos primeiros dias de aula, os coleguinhas me apelidaram de "ferida." Eu implorava para eles parassem, mas eles riam e cada vez mais conseguiam adeptos para me perseguir. Lembro que eu tinha dor de barriga só de pensar em ir à escola. Que eu me lembre sofri calada até a 3ª série, quando meus pais me trocaram de escola porque a cada ano o meu desempenho ficava pior. Demorei mais para me alfabetizar pois me sentia diminuída e humilhada. Entendo perfeitamente quem é ou já foi vítima de Bullyng e sofre calada pois a pressão psicológica é tamanha que não conseguimos desabafar nem mesmo com a nossa família.

A alfabetização é um processo de construção, devendo ser vivenciada de forma tranqüila, prazerosa e harmônica. Segundo estudos, o Bullying aparece desde a mais tenra idade, sendo um agravante que poderá deixar seqüelas tanto no agressor quanto no agredido, interferindo negativamente na construção da aprendizagem dos envolvidos e dos que o cercam. Um caso típico, citado em artigo de Antônio Gois e Armando Pereira Filho para a Folha de São Paulo, é o de um menino de 4 anos que era tímido e falava pouco. Os coleguinhas e a própria professora “brincavam” dizendo que ele havia perdido a língua. Isso causou um bloqueio na fala e desenvolvimento da linguagem da criança. Por isso, devemos ficar atentos a tudo que ocorre em nossa sala de aula, pois este tipo de situação dificultará o processo de aprendizagem bem como poderá interferir também no emocional, que foi o meu caso.

domingo, 5 de setembro de 2010

Reflexão das minhas primeiras postagens




Relendo meus primeiros passos na Pead através das interdisciplinas - Escola, Projeto Pedagógico e Currículo e Seminário Integrador I - pude constatar que o currículo das escolas precisa ser flexível e adaptável a realidade da sua clientela. A comunidade escolar necessita estar preparada e atenta para situações atípicas e aberta ao diálogo, principalmente quando ocorrerem situações inesperadas como por exemplo o Bullying. O diálogo é fundamental nestas circunstâncias, bem como uma didática voltada para atender vítima e agressor. O Projeto da escola precisa contemplar atividades diversificadas, bem como a preocupação de inserir cada vez mais a família no contexto escolar, pois com essa parceria: Escola e Família, atingiremos mais facilmente o objetivo maior de todos que é a Educação.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Iniciando o TCC

Escolhi o tema Bullying pois tenho um aluno do 3º ano (a qual realizei o meu estágio curricular) que teve “Legg-Calve-Perthes,” uma doença rara degenerativa que atinge o quadril e acomete crianças entre 4 e 9 anos de idade. Ele precisou fazer diversas intervenções cirúrgicas na perna para corrigir a deficiência, mesmo assim, a perna direita ficou um pouco mais curta. Além disso, ele está um pouco acima do peso, o que foi motivo para “gracinhas” de alguns colegas. Os “maldosos” só o incomodavam e o provocavam quando não havia nenhum adulto por perto. Isso ocorreu por alguns meses, até que um dia ele conseguiu “desabafar” com uma professora que o encontrou chorando no banheiro da escola. No seu desabafo incluía até mesmo seus próprios familiares, que o chamavam de “baleia” por ele não conseguir perder peso.

Além desta situação do meu estágio, também tem outra que ocorreu na minha 5ª série onde leciono matemática e ciências. Recebi um aluno novo no mês de abril deste ano. Ele é filho de brasileira com japonês, tem os olhos verdes puxadinhos. Foi o suficiente para a liderança negativa da sala se salientar. O menino sofreu humilhação por conta de sua aparência e também por ser muito esforçado e dedicado aos estudos.

Isso tudo me motivou a pesquisar mais sobre este assunto, em razão disso pretendo desenvolver o meu TCC sobre os reflexos do bullying no processo ensino aprendizagem. Estou pesquisando alguns livros sobre este tema para poder me aprofundar e embasar meu TCC.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Atividades desenvolvidas durante o estágio

Durante o meu estágio curricular procurei trabalhar com experiências, receitas, relatórios, pesquisas e apresentações. Evidenciei que os alunos apresentaram uma postura de independência e autonomia em relação às atividades propostas, ficando claro que os mesmos expressavam suas certezas, bem como buscavam sanar suas dúvidas.
Constatei que trabalhar através do interesse dos alunos e com ênfase a ludicidade, a aprendizagem ocorre de maneira mais prazerosa e significativa. Para Maria Montessori (1987), seguindo os passos de Froebel, o pedagogo da infância, consentia grande importância à existência dos jogos em sala de aula como forma de estimular habilidades infantis. Piaget também foi um notável estudioso do desenvolvimento infantil, reconheceu a importância dos jogos na aprendizagem infantil e sobre esta questão escreveu:
O jogo é sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria. Os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais ( Piaget 1976, p.160). Na minha sala sempre privilegiei o uso de material concreto na matemática, onde o ábaco e o material dourado serviram de suporte para a abstração. Já nas dificuldades ortográficas, construímos juntos diversos jogos pedagógicos como bingo ortográfico, jogo da memória e o dominó. Acredito que a criança precisa estar sempre motivada para ter interesse em participar das aulas e estas atividades fazem com que elas construam o seu conhecimento de maneira natural e agradável.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Copa do Mundo

Nesta semana direcionei as atividades para o assunto do momento: "Copa do Mundo," naturalmente os meninos são mais interessados pelo assunto, bem como têm mais conhecimento do tema "futebol." Para ampliar os conhecimentos de todos de forma interdisciplinar e lúdica, aproveitei as vivências e as figurinhas dos alunos fazendo várias perguntas relacionadas com a Copa do Mundo de 2010. Depois de alguns relatos, levei o mapa-mundi para poder situá-los e eles confeccionaram o mapa da África, onde cada um pintou um jogador representando a seleção da nossa turma. Pedi que eles pesquisassem as gírias do futebol como um trabalho extracurricular, juntos obtivemos várias descobertas,pois alguns termos eu própria desconhecia, como: cartola, gandula, entre outros.Esta atividade mobilizou inclusive os pais que com seus conhecimentos contribuiram para o aprendizado coletivo.
Paulo Freire já nos ensinava: "o professor é um coordenador de atividades que organiza e atua conjuntamente com os alunos."

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Avaliação

Nesta semana precisei concluir as avaliações dos alunos. Eu não tenho o hábito de marcar dia de prova, (realizo trabalhos diariamente e recolho alguns para observar o crescimento e as dificuldades que precisam ser sanadas) e me espantei quando comecei a receber bilhetes de familiares perguntando que dia eu iria marcar as provas para os filhos estudarem em casa. Infelizmente alguns pais ainda têm a concepção de que se “decora” para se mostrar em apenas um dia o que se estudou. Respondi que já tinha material suficiente para avaliação deles, sendo que a mesma é diária.
Fazendo uma rápida avaliação, é possível perceber o crescimento cognitivo que eles tiveram desde março, além de ser visível a mudança de comportamento que alguns apresentaram, evidenciando ainda mais o aprendizado. Sob a ótica de Sant’Anna avaliação é:
Um processo pelo qual se procura identificar, aferir,investigar e analisar as modificações do comportamento e rendimento do aluno, do educador, do sistema confirmando se a construção do conhecimento se processou, seja este teórico (mental)ou prático. (SANT’ANNA, 1998, p.29, 30).
Acredito que através do trabalho que desempenho, procuro dar embasamento e condições para que o aluno construa e amplie seu aprendizado, respeitando o seu ritmo e seu tempo, avaliando-os de acordo com as suas possibilidades e respeitando suas limitações, até porque tenho alunos com necessidades educativas especiais.

domingo, 6 de junho de 2010

Planejamento

Na semana que passou, fomos convidados para ir ao teatro do Sesc, assistir a peça teatral “História de chorar” que tinha como foco a escassez de água no nordeste. Esta atividade estava fora do meu planejamento, porém, o assunto da peça veio de encontro o projeto “Como cuido do mundo?” que estou desenvolvendo com a turma. Precisei rever meu planejamento, lembrei-me então da síntese do livro: Didática, de José Carlos Libâneo, Editora Cortez, 1994, pág. 263. “O planejamento do trabalho docente é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação do professor, tendo as seguintes funções: explicar princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho; expressar os vínculos entre o posicionamento filosófico, político, pedagógico e profissional das ações do professor; assegurar a racionalização, organização e coordenação do trabalho; prever objetivos, conteúdos e métodos; assegurar a unidade e a coerência do trabalho docente; atualizar constantemente o conteúdo do plano; facilitar a preparação das aulas. Tem-se que entender o plano como um guia de orientação devendo este possuir uma ordem seqüencial, objetividade e coerência entre os objetivos gerais e específicos, sendo também flexível.”
Acredito que o planejamento nos dá um norte na nossa ação pedagógica, porém temos que ter clareza que situações adversas podem surgir e que precisamos estar atentas para não ficarmos alheias a elas. Precisamos sempre que necessário, adaptá-las ao nosso planejamento de forma a contemplar o que não estava previsto, mas que também é relevante.