A história de Victor choca ainda mais por ser verídica, pois é difícil imaginar uma pessoa tentar matar o próprio filho sendo este portador de necessidades especiais e abandoná-lo numa floresta.
Acredito que esta família não teve estrutura psicológica nem tampouco sensibilidade e amor para com o próprio filho o que não se justifica o ato em hipótese alguma.
Esse menino sobreviveu do seu jeito, tendo ele o convívio apenas com animais, este imitava o gestos e o jeito dos mesmos, tornando-se de certa forma um “selvagem”. Sendo descoberto, foi caçado e levado a uma instituição que nada lhe ajudou, sendo lá hostilizado, tornando-se motivo de deboche e atração, tratado com um animal não domesticado.
O professor Itard foi um homem que com seus conhecimentos e sensibilidade obteve a guarda do menino, levando o mesmo para a sua casa na tentativa de sociabilizá-lo e educá-lo. Logo que o menino chegou a casa, o professor utilizou de métodos não tão adequados, como prêmio e castigo conforme as suas atitudes. Acredito que essa foi a forma que ele encontrou para poder conhecer e testar as suas reações.
Como esse fato ocorreu há muitos anos e não tinha um estudo nessa área, o professor agiu de boa fé e a partir das suas experiências e conhecimentos conseguiu muitos avanços através das atividades que ele propusera ao garoto. Ele pode verifica sem muito aprofundamento a parte intelectual e cognitiva, inclusive numa parte do filme o garoto foi castigado de forma incorreta, mas intencionalmente por parte do professor, neste momento o menino percebeu a injustiça e reagiu de forma agressiva, o que confirmou o que o professor esperava.
O menino além de estar demonstrando evolução na parte de conhecimentos, também estava demonstrando uma sensibilidade afetiva.
No final do filme perceber-se que o garoto entra em conflito, fugindo para o local onde viveu praticamente toda a sua infância. Ficando algum tempo no isolamento ele decide que o ambiente onde ele recebeu carinho, conforto, afeto e aprendizado eram o melhor para si.
A caminhada das pessoas especiais, particularmente dos surdos-mudos, vem se aperfeiçoando ao longo dos anos, pois sabemos que os mesmos viviam isolados, não tendo direito à educação e muitas vezes eram tratadas como “anormais”. Não tinham direitos nem objetivos a alcançar pois não lhe eram dadas oportunidades, visto que a própria educação muitas vezes era restrita somente a família.
Ficou evidente que em toda a trajetória do filme nos retratou toda a dificuldade que as pessoas especiais se submetem quando não são tratados adequadamente.
Atualmente alunos com necessidades especiais eram atendidos somente nas escolas especiais, juntamente com outros que tinham as mesmas deficiências. Hoje com a difusão da inclusão os mesmos têm direito ao convívio e o aprendizado com os “ditos normais”, o que faz acreditar que isso seja positivo para ambos.
No final do filme perceber-se que o garoto entra em conflito, fugindo para o local onde viveu praticamente toda a sua infância. Ficando algum tempo no isolamento ele decide que o ambiente onde ele recebeu carinho, conforto, afeto e aprendizado era o melhor para si.
Um comentário:
Olá, Fárida:
Lendo teu relato me dei conta de algumas coisas:
Há determinadas pessoas que, por nunca terem sido criadas em ambiente acolhedor, empático e facilitador não conseguem passar isso aos outros, sejam filhos ou não.
Somos permeados pela cultura e por isso somos civilizados. Do contrário, seríamos como animais.
Antigamente havia mais preconceito, portanto podemos perceber que este assunto melhora com o tempo.
Abraço, Anice.
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