segunda-feira, 25 de maio de 2009

Uma análise do presente educacional: para que Auschwitz nunca mais aconteça!

Uma análise sobre a leitura dos textos indicados:
A Educação após Auschwitz (1995), Adorno afirma que “A exigência que
Auschwitz não se repita é a primeira de todas para a educação” (p.119). Esse
acontecimento foi tão intenso que aparece como algo sobre o qual seria impossível não
se pensar, por isso, se coloca como o problema que exige ser pensado. Esse
acontecimento atacou seu pensamento e o mobilizou a responder a ele,
pois ele foi afetado por Auschwitz de
diversas formas: foi afastado de seu cargo de professor em Frankfurt; foi exilado de seu
país; teve seus amigos mortos; viu sua sociedade agir de modo devastador,
enfim presenciou a barbárie nua e crua e a viveu. Adorno está tão certo de que
Auschwitz foi e continua sendo um problema que afeta a todos, que dedicou parte de
sua obra para explicar, fundamentar, problematizar e, principalmente, não deixar que
esta discussão fosse apenas mais uma entre as discussões presentes no debate filosófico educacional.
Para ele, essa questão é de tamanha importância “De tal modo que ela
precede quaisquer outras que creio não ser possível nem necessário justificá-la” (1995,
p. 119). Adorno pensa que o problema de Auschwitz é evidente e afeta a todos, por isso,
deixa de ser um problema só seu e passa a ser um problema de todos, que precisa ser
pensado por todos um acontecimento problemático que afeta a todos os indivíduos porque trata das condições deste tempo e pede resolução. Adorno não se dispõe apenas a continuar
discutir sobre Auschwitz, mas o faz de tal modo que este seja o principal problema e o
centro da investigação em seu fazer filosófico sobre a educação.
Para ele, o processo educacional deveria ter como objetivo principal o trato a
esse problema para poder esclarecer-se e criar condições para que todos se esclareçam
acerca de como e por que a barbárie Auschwitz ocorreu e quais condições poderiam
fazer com que ela voltasse a ocorrer. A sociedade em geral e a educação em particular
não têm dado atenção ao tema como deveriam: “Não consigo entender como até hoje
[essa questão] mereceu tão pouca atenção” (ADORNO, 1995, p. 119).
O desprezo com que o problema da barbárie é tratado prova que
“a pouca consciência existente em relação a essa exigência e as questões que
ela levanta provam que a monstruosidade não calou fundo nas pessoas,
sintoma de persistência da possibilidade de que se repita no que depende do
estado de consciência e de inconsciência das pessoas” (ADORNO, 1995, p.
119).
Por isso, a discussão sobre as condições do presente educacional, social e psicológico
não pode ser abandonada. Não se pode esquecer o presente e o que ele pode produzir, se
não for pensado de modo esclarecedor. Pensar a própria atualidade deveria ser a
preocupação de todos.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Método Clínico

Aplicamos a prova do método clínico com um aluno do 1º ano do Ensino Fundamental de 9 anos. Foi de grande valia porque não tinha o conhecimento de tal prova e da eficácia da mesma. Ficou visível que a prova diagnostica o estágio em que a criança se encontra. Fiquei empolgada com a prova e predendo realizá-la com o aluno que estou fazendo o estudo de caso.

Método Clínico
Dados de Identificação:
Nome: L. G. S
Idade da criança: 7 anos
Série: 1ª série
Data da prova: 11/05/09
Duração: 25 minutos
Observadoras: Fárida Dias da Silva e Sandra Aparecida da Silveira Costa
Prova: A conversação da massa (quantidades contínuas)

2. Descrição do contexto da aplicação da prova (onde foi realizada a aplicação, condições do local, etc).
A prova realizou-se numa sala de aula da escola E.M.E. F Antonio Ramos da Rocha, foi utilizado um ambiente tranqüilo, onde o aluno ficou à vontade sentando-se num tapete no centro na sala, juntamente com ele ficaram apenas as duas professoras observadoras.



3. Relato da aplicação da prova (dialogado):
Antes da prova criamos um ambiente descontraído, fazendo com que o mesmo se sentisse acolhido e disposto a realizar a prova.
Iniciamos a prova mostrando-lhe as duas bolinhas de massinha de modelar de cores diferentes e lhe perguntamos:
As duas bolinhas possuem a mesma quantidade?
Ele respondeu:
-Não, porque uma era um pouquinho mais gordinha que a outra.
Tornamos a questioná-lo quanto a quantidade.
Ele pegou as duas massinhas nas mãos e continuou afirmando que não tinha a mesma quantidade.
Após perguntamos ao aluno, se transformarmos uma das bolinhas em uma salsicha, terá mais ou será a mesma quantidade?
Ele respondeu:
-Não.
Transformamos então, uma das bolinhas em uma salsicha, o mesmo observou e nos perguntamos:
Tem a mesma quantidade nas duas?
Ele respondeu:
-Não, e argumentou que era mais magra que a outra.
Novamente perguntamos a ele:
E se transformarmos novamente a salsicha em uma bolinha terá a mesma quantidade que a outra bolinha?
Ele respondeu:
-Não, porque uma é um pouquinho mais gordinho que a outra.
Como o aluno não aceitava que as duas bolinhas tinham a mesma quantidade de massa, precisou espichar as duas bolinhas em formatos de salsicha, sendo que o mesmo colocou uma ao lado da outra e verificou que assim tinham a mesma quantidade.





4. Análise:

4.1 - Quanto às condutas da criança - Impressões sobre as reações da criança frente à situação de prova (reações emocionais, reações de não-importismo, surgimento de crenças desencadeadas, espontâneas etc.)
Desde o inicio da prova o aluno mostrou-se firme em suas conclusões, demonstrando ser um aluno muito observador, pois no mínimo detalhe de uma das bolinhas aparentar um pouquinho mais redonda, foi o suficiente para que o mesmo afirmasse que as duas bolinhas não tinham a mesma quantidade.

- Análise das condutas cognitivas apresentadas pela criança, relacionando-as com a teoria de Piaget, no que diz respeito aos estádios de desenvolvimento.
Acreditamos que essa criança está no estágio de desenvolvimento, pré-operatório, onde possui algumas noções de tamanho. Relaciona formas com quantidades (para ele, a salsicha tinha maior quantidade de massa que a bola).
Observamos que se o objeto não tiver realmente o mesmo formato não consegue a assimilar relacionar a quantidade ao tamanho.

4.2 Quanto às intervenções do experimentador:
- Destacar e analisar as intervenções do experimentador indicando o tipo de intervenção (exploração, justificativa, contra-argumentação etc.) e justificar a sua utilização no contexto da aplicação da prova;
As experimentadoras tiveram que explorar muito o material utilizado para que o mesmo chegasse a conclusão (já no final da prova) que as duas bolinhas tinham a mesma quantidade. Foi preciso ele transformar as duas bolinhas em salsichas colocando uma ao lado da outra e concluir que se tratava da mesma quantidade de massa.





- Destacar as intervenções que possam ter levado a criança à crença sugerida (intervenções que sugerem uma determinada resposta, indução);
A intenverção utilizada para que o aluno se desse conta que se tratava da mesma quantidade de massa entre as duas bolinhas foi transformando as mesmas em forma de salsichas, no qual o aluno colocou-as paralelamente medindo-as minuciosamente para não ficar dúvida para si mesmo.



- Comentar a sua própria atuação (competência na utilização do método clínico) tendo como base a seguinte citação:
“O bom experimentador deve, efetivamente, reunir duas qualidades aparentemente incompatíveis: saber observar, deixar a criança falar, não desviar nada e, ao mesmo tempo, saber buscar algo preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria verdadeira ou falsa para controlar”. (PIAGET, J. A Representação do Mundo na Criança. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, [s.d.].p. 11)
Para que a observação seja fiel ao desempenho do aluno, o mesmo precisa estar confiante e seguro nas suas conclusões, para que suas respostas possam demonstrar o real estágio em que o educando se encontra.
O observador por sua vez tem a função de ir orientando o aluno para que o mesmo consiga chegar as suas próprias conclusões informando maior número de dados para que o observador possa analisar o maior numero de dados, tornando assim a prova fiel.

domingo, 10 de maio de 2009

Estudo de caso

Realizando a atividade do Cantinho da Inclusão, pude perceber o quanto muito vezes não conhecemos os nossos alunos. A partir da pesquisa realizada sobre a vida do aluno C.G.R tive um maior contato com a mãe e descobri coisas que me darão um maior embasamento para atendê-lo de forma mais adequada ao seu tipo de necessidade. Embora conhecesse as dificuldades do aluno, posso relatar que esse trabalho me auxíliou a profundar o conhecimento dos comprometimentos que ele tem. Acredito que esse trabalho que já é feito pela orientadora, deveria ser partilhado com o professor titular da turma, pois muitas vezes estas informações ficam aquivadas para serem repassadas somente para os atendimentos especializados.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Estágio Opertório Concreto

Através da aula V - Estágios de Desenvolvimento - da interdisciplina DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM SOB O ENFOQUE DA PSICOLOGIA II - B, realizandoi minhas participações no fórum conclui que a fase operacional concreta é um estágio com tarefas mentais ligadas a objetos e a situações concretas, ou seja, o prático. Meus alunos encontram-se nessa fase. Procuro desenvolver com eles atividades que propiciam manipulação de objetos concretos, recursos visuais, experimentos científicos simples, classificação e agrupamento objetos, sempre elevando os níveis para se tornar mais complexos e também desafios que requeiram pensamento lógico e analítico. Segundo a teoria de Piaget do desenvolvimento cognitivo, as crianças no estágio das operações concretas conseguem pensar logicamente sobre situações tangíveis e demonstram a conservação, a reversibilidade, a classificação e a seriação. Evidencio que as fases não estão ligadas a idade cronológica das crianças