Analisando as idéias do historiador Philippe Áries, na Interdisciplina - Escolarização, Espaço e Tempo na Perspectiva Histórica - de como se deu o surgimento histórico da figura do bebê, da infância, da juventude e da adolescência, que começa a configurar-se fundamentalmente a partir do século XVI. Philippe analisa com minuciosidade e paciência um amplo material histórico, comprovando que durante todo o século XVI a categoria de idade privilegiada é a juventude, período amplo e de limites imprecisos, da qual começa a desgarrar-se no século XVIII uma primeira infância: o bambino ou menino pequeno, espécie de brinquedo divertido e agradável para os membros das classes altas. No século XVIII infância e adolescência separam-se definitivamente, e já no século XIX o bebê aparece como nova figura.
Analisando a minha própria infância e juventude, e comparando-a com a infância e a juventude dos meus alunos, percebo diversas mudanças que ocorreram entre as gerações.
Uma das principais mudanças ocorridas foi na educação, onde a criança hoje tem mais liberdade de expressão, só que elas permanecem mais sozinhas, visto que a maioria das mulheres têm jornada dupla. A diferença passa pela condição social. As brincadeiras e brinquedos tiveram também uma grande mudança desde minha infância para cá, convivo com isso diariamente com meus alunos, eles não saber brincar de roda, jogar cinco Maria, apenas falam em novos jogos de vídeos games e em internet. Fazendo um linck com o tema do meu TCC "O retrato do Bullying e seus reflexos no contexto escolar," reporto-me a minha infância, onde tenho amargas lembranças de alguns colegas maldosos. Em razão do meu nome "Fárida" uma menina me apelidou de "ferida" e muitos riram. Eu não tinha coragem de desabafar nem com a professora e nem em casa. Pedia que parassem, então, escolheram me chamar de "farinha." Isso ocorreu durante dois anos, nunca tive coragem de contar para ninguém, e um dia minha mãe me trocou de escola porque meu rendimento vinha decaindo cada vez mais.
Ao ler os referenciais teóricos para meu TCC, descobri que fui uma das primeiras vítimas do Bullying no Brasil, já que as primeiros depoimentos e estudos acerca deste tema têm aproximadamente 40 anos. Hoje, a mídia está bastante focada neste problema, pois muitas vezes, esta situação não fica só na ofensa moral, parte também para agressões físicas.
As autoras Cléo Fante e Ana Beatriz Barbosa Silva produziram um excelente material de apoio ao professor, visto que, o Bullying ainda é um problema considerado novo e que precisa ser estudado para que possamos baní-lo não somente das escolas, mas também de toda a sociedade.
Um comentário:
Olá Fárida!
Que bom você poder desabafar no trabalho do TCC esse episódio da sua infância.
Vamos lá queremos saber mais sobre o seu TCC!
Obrigada por sua postagem!
Um carinhoso abraço,
Geny
Postar um comentário