quinta-feira, 25 de novembro de 2010

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL - B


Através da leitura do texto de Marta Kohl de Oliveira “Jovens e adultos como sujeitos de conhecimentos e aprendizagem”, considero que a EJA requer um olhar diferenciado por se tratar de jovens e adultos que na maioria das vezes foram discriminados, excluídos da escola, do trabalho e da própria sociedade. Esses educandos tiveram uma ruptura em seus direitos no que se refere à educação escolar, muitos precisaram parar seus estudos por necessidades financeiras, pois a maioria veio de famílias que provinham da zona rural onde os pais já eram analfabetos e priorizavam o trabalho como fonte de sobrevivência, rompendo assim com a escola.
Através da EJA esses educandos possuem a chance de realizar-se profissionalmente e como indivíduo atuante capaz de interagir nas mais diversas áreas.
O educador precisa ter um olhar diferenciado com as especificidades nos ritmos individuais dos alunos da EJA, também deve planejar voltado para a expectativa de trabalho que a maioria dos alunos desta modalidade de ensino almeja. Acredito que o professor preciso ter um “perfil” que exige muita flexibilidade na sua atuação, deve planejar dando ênfase à auto-estima, promovendo autoconfiança já que são alunos que chegam cansados de uma rotina muitas vezes braçal.
Os alunos da EJA estão em busca do resgate da sua identidade e de sua autoconfiança. A linguagem do jovem que freqüenta a EJA está voltada para palavras do momento, chavões e gírias, já o adulto algumas vezes fala errado, o que gera vergonha e até discriminação o que pode comprometer a inclusão deste aluno. O pensamento do adulto algumas vezes está obsoleto, pois alguns objetivam apenas ler e escrever para se “defender”, mas na grande maioria está cheia de expectativas e sonhos que não foram atingidos ao longo da vida. Já o jovem está na fase dos conflitos, é muito intempestivo e volátil devido à própria idade.
Sem dúvida alguma trabalhar com a EJA exige por parte do professor uma troca de saberes e o professor deve valorizar cada etapa deste aprendizado e que este esteja em sintonia com seu aluno, demonstrando que acredita em seu potencial. Desenvolvi em um grupo trabalho a partir do texto: Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem de Marta Kohl de Oliveira, onde realizamos entrevistas com educadores e educadoras da EJA.

Metodologia: Saída de campo, educadores entrevistados, visitação a escola e tabela de respostas.
Obtivemos o seguinte resultados das entrevistas:

A- Características do aluno Jovem e Adulto
Assíduo e comprometido
Lentidão na realização das tarefas
Conciliar o horário de trabalho com o estudo
Contribui para a sua aprendizagem
Planejamento a partir das experiências dos alunos
Positivos em todas as etapas

B- Dificuldades em sala de aula
Resistência aos trabalhos em grupos
Custo do transporte escolar
Valorização da auto estima dos educandos.
Formação adequada dos educadores

C- Dificuldades no cotidiano
Expressão oral
Aceitação pela família e amigos
Influência no desempenho das atividades escolares
Incentivo aos estudos


D- Funcionamento cognitivo em relação aos grupos culturais
Sociável e responsável
Lentidão na realização das tarefas
Horário para estudos extra classe
Favorece seu desempenho cognitivo
Aceitação por parte dos familiares e amigos
Avanço no desempenho escolar

E- Elementos fundamentais para o sucesso na EJA
Cooperativo e sociável
Dificuldades de memorização e coordenação motora
Distância da escola em relação a sua residência
Contribui para o crescimento cognitivo
Incentivo aos educandos
Formação adequada dos educadores

F- Efeitos nos programas educativos na EJA
Expressão do vocabulário
Gasto com transporte e material escolar
Não favorece na construção da aprendizagem
Perseverança e estímulo dos familiares educadores
Qualificação no processo da EJA

Conclusão:
A partir das entrevistas realizadas com educadores da EJA, ficou evidente para o grupo 9 que trabalhar com estes jovens e adultos é muito gratificante para o educador, pois ocorre uma grande troca de experiências. Enfim, a EJA vem contribuindo de forma positiva tanto para os educadores quanto para os educandos.
A alfabetização de Jovens e Adultos proporciona aos educandos uma forma de independência e autonomia, tornando-os indivíduos capazes de interagirem de forma ativa, contribuindo para o seu crescimento e de todos que estão em seu entorno. Acreditamos que o professor da EJA deve ter um perfil que exige muita flexibilidade na sua atuação, deve planejar dando ênfase à auto-estima, promovendo autoconfiança e levando em consideração as vivências e rotinas de seus alunos.

Referências:
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Set./Out./Nove./Dez. 1999, n. 12, p. 59-73.
GIROUX, Henry. Alfabetização e a pedagogia do empowerment político. In: FREIRE, Paulo e MACEDO, Donaldo. Alfabetização: leitura da palavra, leitura do mundo. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. p. 1-27.





Um comentário:

Geny disse...

Querida aluna Fárida!

Seus registros referentes ao EJA são pertinentes. Concordo
“O educador precisa ter um olhar diferenciado com as especificidades nos ritmos individuais dos alunos da EJA, também deve planejar voltado para a expectativa de trabalho que a maioria dos alunos desta modalidade de ensino almeja. Acredito que o professor preciso ter um “perfil” que exige muita flexibilidade na sua atuação, deve planejar dando ênfase à auto-estima, promovendo autoconfiança já que são alunos que chegam cansados de uma rotina muitas vezes braçal”.

Um grande abraço,

Geny